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Royce Gracie
Royce Gracie

Royce Gracie (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1966) é um profissional de artes marciais brasileiro e praticante de jiu-jitsu. É filho do grão-mestre Hélio Gracie, sobrinho de Carlos Gracie e irmão de outros nomes também conhecidos no mundo do Jiu-jitsu brasileiro e MMA (Mixed Martials Arts) mundial como Royler Gracie, Rickson Gracie, Rorion Gracie e outros.

Royce Gracie é faixa-preta de jiu-jitsu 7º grau, teve uma carreira vitoriosa dentro do vale-tudo mundial, sendo três vezes campeão do UFC e obtendo vitórias também no Pride e K-1 MMA (eventos japoneses).

Começo do Gracie Jiu-Jitsu

A família Gracie difundiu o Gracie Jiu-Jitsu pelo mundo, luta marcial brasileira desenvolvida através do jiu-jitsu tradicional japonês ensinado por Mitsuyo Maeda . Isso foi feito através de combates reais corpo a corpo, denominados vale-tudo pelo fato de poder usar qualquer arte marcial ou qualquer tipo de luta ocidental corpo a corpo. É um combate com poucas regras. Essas lutas aconteceram em academias, geralmente as academias dos Gracie, que desafiaram os atletas de outras modalidades e disseram que pagariam a quem os vencesse, chegando até a publicar anúncios em jornal. Eram chamados de desafios Gracie.

Mais tarde, com a maior fama que o Jiu-Jitsu Gracie foi tomando pelo Brasil, alguns integrantes resolveram migrar para os Estados Unidos e lá ensinar o estilo, mas foi difícil conseguir alunos, para isso eles deveriam provar que o GJJ era eficaz. Assim foram reeditados, só que no exterior, os desafios Gracie em academias a portas fechadas. Dessa forma começou Royce: com 1,85 m e pesando 80 kg, com sua técnica vencia oponentes de diversas artes; dentre eles o mais famoso foi o adepto do kung fu Jason DeLucia. Royce vivia nos Estados Unidos, junto com Rorion, que é seu irmão mais velho e treinava em sua academia. Isso foi no final da década de 1980.

Fundação do UFC

Após um tempo ensinando jiu-jitsu nos EUA e provando sua eficácia em combates reais, Rorion conseguiu algum certo renome, angariando alunos famosos e ensinando técnicas de defesa e ataque para a S.W.A.T.. Rorion então pensou que o mundo deveria saber que o Gracie Jiu-Jitsu era a melhor arte marcial e resolveu procurar uma empresa de entretenimento para ajudá-lo a criar um evento nos moldes de um desafio Gracie, mas com maior organização, no qual fossem cobrados ingressos e que fosse transmitido pela televisão paga americana.

Após se juntar à empresa SEG, Rorion pôde criar o UFC (Ultimate Fighting Championship) e em 1993 realizar o UFC 1 - The Begining (o palco das lutas era uma jaula de grades em forma de octógono). Rickson Gracie, por ser o melhor lutador da familia e do mundo no momento, seria o representante natural, entretanto, desentendimentos pessoais entre os irmãos indisponibilizaram tal acontecimento, assim, o lutador escolhido por Rorion para representar a superioridade do GJJ não poderia ser outro: Royce Gracie, faixa-preta alto e magro, o homem ideal para provar que a técnica podia superar a força. A família se reuniu novamente para treinar e dar apoio a Royce. No evento, todos entraram com o tradicional trenzinho, um atrás do outro, mostrando que todos estavam unidos pelo mesmo ideal e mesmo que apenas um entrasse no ringue os outros estariam ali para ajudar e apoiar. Aconteceu o esperado pelos Gracie: Royce, mesmo mais leve que todos os participantes, chegando a ter disparidades de 30 kg, venceu todos eles por finalização; sagrou-se campeão do primeiro evento oficial do vale-tudo moderno, marcando uma época e chocando o mundo com a técnica do Gracie Jiu-Jitsu!

Royce no UFC

Nesse UFC 1, havia oito participantes de diversas modalidades de luta, por isso Royce fez três lutas na mesma noite. Visando a abrir esse leque, no UFC 2 - No Way Out eram dezesseis os participantes e Royce mais uma vez foi campeão, só que dessa vez com quatro vitórias por finalizações. No UFC 3, logo na primeira fase, Royce enfrentou um folclórico oponente chamado Kimo Leopoldo. Bem mais pesado e com um pouco de conhecimento de solo, Kimo dificultou a luta para Royce, foi uma verdadeira guerra com direito a golpe nos genitais e puxão de cabelo. Após sofrer um castigo imposto por Kimo e seus socos, Royce conseguiu a finalização com uma chave de braço invertida. O corpo de Royce não resistiu a essa luta e, muito castigado e cansado, ele não pôde continuar no torneio; chegou a entrar no octágono, mas não lutou.

Apesar do espetáculo da luta de Royce e Kimo no UFC 3, espectadores e fãs do Jiu-Jitsu brasileiro, aguardavam uma vitória plena e não uma desistência. Royce volta no UFC 4 que tornava-se mais acirrado. Enfrentando adversários mais pesados e mais técnicos, Royce venceu a todos, o último, Dan Severn, que havia mostrado ser o provável campeão. Este lutador de wrestling profissional foi finalizado com um triângulo, numa situação que lhe parecia favorável até o último instante. Royce Gracie surpreendeu comentaristas, locutores, milhares de espectadores e principalmente, Dan Severn.

Royce ainda enfrentou Ken Shamrock no UFC 5, em uma luta que durou meia hora. O resultado foi o empate, porém frustrante para Royce e os Gracie. Já o oponente Shamrock, que havia sido derrotado por Royce no UFC anterior, comemorou muito o resultado e escreveu também seu nome na história. Após esse evento, Rorion e Royce abandonaram o UFC com alegação de não concordarem com as novas regras, que previam limite de tempo de quinze minutos e trinta nas finais, com decisão dos juízes. Essa regras fugiam aos ideais Gracie, que, com a sensação de missão cumprida, abandonaram o UFC.

Retorno aos combates

Depois de três títulos e reinar absoluto entre 1993 e 1995, ele saiu do UFC invicto e deu uma pausa no MMA até voltar no GP absoluto do Pride em 2000. Mesmo parado há muito tempo, com o esporte até tendo mudado de nome, agora chamado MMA (Mixed Martials Arts) e não mais vale-tudo, ele conseguiu uma vitória sobre o lutador japonês Nobuhiko Takada(lutador de solo vindo do pro-wrestling japonês), na primeira fase e avançou às quartas-de-finais, que seriam disputadas em outro evento.

O melhor lutador do Pride na época era Kazushi Sakuraba (adepto do submission Wrestling), aluno de Takada, e o Pride o colocou contra Royce nas quartas. Nessa noite, o campeão deveria fazer três lutas como nos moldes antigos do UFC. Nesse evento, as lutas eram de um round de quinze minutos, mas essa luta entre Sakuraba e Royce seria sem limite de tempo e só terminaria por nocaute, finalização ou desistência de um dos oponentes. Resultado: uma luta eletrizante, na qual um novo Royce, mais agressivo, mas ainda com antiga raça e coragem dominou os três primeiros rounds (de dez minutos cada) contra Sakuraba, que usou e abusou da estratégia de cansar e desgastar psicologicamente o mais velho e cinco anos inativo Royce. No segundo round, Royce encaixou uma gilhotina próxima ao corner. O vídeo da luta mostra claramente que Sakuraba faz sinal de desistência, batendo com a mão esquerda na cintura de Royce, porém como o árbitro não percebeu, no instante seguinte os lutadores vão ao chão e a luta é continuada. Considera-se que esta é uma estratégia desonesta no intuito de fazer com que o movimento passe despercebido pelo árbitro e o adversário afrouxe o estrangulamento. Por isto, há quem considere extraoficialmente, Royce Gracie como o vencedor deste combate. Após seis rounds, a equipe de Royce jogou a toalha. Sakuraba voltou para mais quinze minutos de combate contra o mais pesado Igor Vovchanchyn, nas semifinais, para também desistir e perder. Essa luta entre Royce e Sakuraba é a luta mais longa do Vale-Tudo moderno. Royce, em 2007, conseguiu derrotar Sakuraba, numa revanche.

Entretanto, após o combate, Royce foi pego em um exame anti-dopagem, aumentando, assim, a rivalidade entre os dois.[1]

Royce Gracie foi o membro da família que mais evidenciou a eficácia do Jiu-Jitsu nos ringues do MMA. No entanto, como Marco Ruas havia dito muitos anos antes, só uma especialidade não seria o suficiente para ser um grande campeão. Seria necessário saber lutar em pé, boa formação em boxe, greco-romana, judô, entre outras habilidades. Com isso o grande campeão do UFC em suas primeiras edições agora se via obrigado a se adaptar aos novos requisitos: tinha que socar e chutar. A partir de então, Royce conhecia a derrota e se viu encurralado por lutadores não tão pesados como antes, mas, munidos de técnicas de defesa contra finalizações.

Royce Gracie continua sendo um ícone. Representou o Jiu-Jitsu de sua família com honra e coragem, fazendo desta arte marcial um dos requisitos básicos na formação de um atleta de MMA.

Desafio Judo vs Brazilian Jiu-Jitsu

Desde sua adolescência Royce já desafiava representantes de outras artes marciais inclusive do Judô. Devido à origem comum entre Judô e Jiu Jitsu, campeonatos dos quais participou Royce eram comuns entre Jiu Jitsu e Judô. Royce finalizou alguns judokas de faixa preta (há muitos vídeos desses desafios dos Gracie, que tinham o costume de registrar suas lutas e suas vitórias). No entanto, como o treino desenvolvido pelo "clã" Gracie deixou de lado técnicas de projeção características do Judô, muitas das lutas eram perdidas por ippon antes de chegarem ao chão. Isso levou a que os praticantes dessa linhagem organizassem uma nova associação e novos campeonatos, dando origem à separação entre "Judô" e "Brazilian Jiu Jitsu".

Em 2003 no Japão, o campeão olímpico de Judô Hidehiko Yoshida aceitou o desafio contra Royce. A luta terminou após Yoshida encaixar um suposto estrangulamento. Yoshida conversou em japonês com o árbitro, alegando que Royce havia desmaiado, porém, logo após a interrupção, Royce levantou-se contestando fortemente a intervenção do árbitro central. Havia começado aí uma rivalidade entre Yoshida e seus discípulos e os Gracie, que teve mais um episódio marcante quando em uma luta contra Shungo Oyama (um discípulo de Yoshida), Ryan Gracie aplicou uma chave de braço, mas Oyama acabou não desistindo e teve seu braço quebrado.

Dessa forma, a luta foi cancelada. No segundo confronto, agora válido, Royce foi extremamente superior, passando praticamente a luta inteira na montada, desferindo inúmeros golpes. Entretanto, para evitar outro favorecimento ao japonês, as regras previam que não haveria decisão dos juízes, ou seja, caso o tempo acabasse sem nenhum dos dois finalizar ou nocautear, o resultado seria empate. Royce foi o vencedor moral desse confronto. Após a luta enquanto Yoshida continuou no chão aparentando estar muito abatido, Royce fez um gesto mostrando que "ainda está respirando pelo nariz".

Brazilian Jiu-Jitsu

Com o passar dos anos e com o ganho de novos adeptos e competições sendo criadas, o Jiu-Jitsu Gracie passou a se chamar pelo mundo de Brazilian Jiu-Jitsu, mas ainda hoje, quando um Gracie luta, o estilo associado a ele é o Gracie Jiu-Jitsu, que tem como diferença maior para o Brazilian Jiu-Jitsu o fato de não ser uma arte para disputa de campeonatos e sim para defesa pessoal e combates reais.

Royce na atualidade

Tendo como maiores características a raça e a coragem, Royce enfrentou os melhores de sua época, venceu a todos. Atualmente ele viaja pelo mundo ministrando seminários e diz que ainda não parou de lutar. Ele ainda luta, com menor freqüência.

Legado

Royce foi junto com seu irmão Rickson Gracie, os maiores divulgadores do MMA no mundo no início deste esporte (nos anos 90), Rickson fez sua parte no Japão diante da recusa de Rorion para que Rickson lutasse o UFC e Royce nos E.U.A, depois do sucesso dos dois irmãos, o vale-tudo foi ficando cada vez mais popular e se profissionalizou, se transformou emMMA e está em constante crescimento, sem contar que graças aos dois irmãos, é que o Jiu-Jitsu Brasileiro se tornou um pré-requisito fundamental para qualquer atleta de MMA.

Rickson esta invicto no MMA, das quase 500 lutas, somente 11 foram no MMA moderno, apesar disso, é considerado por todos da familia, inclusive por Royce que declarou que Rickson é 10 vezes melhor do que ele, assim, podemos comparar a grande importância que Royce teve para esse esporte, além de ter se sagrado várias vezes campeão do UFC (o torneio mais disputado de vale-tudo naquela época, em meados dos anos 90), além de ter o melhor cartel da família nesse esporte. Destemido, Royce nunca negou desafio, tendo inclusive aceitado voltar a lutar no ano 2000, depois de ter ficado parado por quase 4 anos, prosseguindo com diversas lutas até o ano de 2007 (fato que o Rickson não fez devido a idade avançada).

Primeiro, Royce voltou e lutou pelo PRIDE, enfrentando japoneses técnicamente melhores dos quais o Rickson havia enfrentado, como por exemplo Kazushi Sakuraba, conhecido como "exterminador de Gracies" e que chegou a vencer lutadores como: Vitor Belfort, Vernon White, Carlos Newton, Guy Mezger e Quinton Jackson; e enfrentou também Hidehiko Yoshida, que chegou a vencer nomes como Mark Hunt. Royce aceitou mais um grande desafio, quando enfrentou em 2006 o até então campeão do UFC Matt Hughes, perdendo no primeiro round, e por fim, fazendo uma revanche com Kazushi Sakuraba em 2007 vencendo por pontos.

De 2000 a 2007, Royce oscilou entre vitórias e derrotas, mas aceitou voltar a lutar em um tempo em que o vale-tudo se transformou em MMA (devido as novas regras), e os lutadores eram muito melhores técnicamente que no passado, onde o Jiu-Jitsu passou a ser um pré-requisito para todos os atletas, e por isso, muitos renomados atletas da atualidade que observaram tais atitudes, concordam que Royce Gracie foi o membro da família Gracie que mais se destacou nos ringues do MMA, enquanto isso para os críticos, seu irmão Rickson Gracie procurava imacular sua imagem de vencedor, criando um marketing pessoal mesmo sem lutar no MMA moderno, devido a morte de seu filho por overdose e sua idade avançada... quando o Royce fez sua última luta no MMA em 2007, ele estava com 40 anos de idade, e quando o Rickson fez sua última luta no ano 2000 contra o melhor lutador japonês do momento, ele já estava com 41 anos. Idade semelhante a de parada do Royce.

Royce enfrentou e venceu lutadores bem mais pesados e de mais renome (apesar de ser inferior em técnica e força em relação ao seu irmão Rickson). O grande erro de Rickson para muitos dos críticos, foi não ter se aposentado oficialmente após sua última luta no ano 2000, visto que continuava a realizar desafios de "portas fechadas" e passar a década seguinte inteira fazendo um marketing pessoal, alegando por diversas vezes que poderia vencer qualquer oponente da atualidade facilmente e a qualquer momento, inclusive o grande nome doMMA entre os pesos-pesados, o russo Fedor Emelianenko que desafiou Rickson, quando completou 50 anos em 2008.